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Para você, mocinho





Olha, seu efeito sobre mim é grande. Como conseguiu fazer com que eu voltasse aqui, para escrever? Não sei. Só sei que nada sei desse sentimento que está rondando por aqui. Não te conheço muito. Na verdade você é sempre misterioso, não se deixa conhecer. Mas você sabe como me tirar da minha zona de conforto apenas com um olhar. Minha amigas te odeiam, sempre falam mal de você para mim e olha que elas nem imaginam o que se passa aqui dentro de mim. E eu guardo tudo aqui em silêncio. E no funo eu sei que você não vale nada e que se paga de fofinho mas pega todas as menininhas. Talvez seja seu sorriso, ou seu jeito de falar, de caminhar ou apenas uma sina minha, não sei. Mas que tem algo que mexe comigo, ah tem. Tenho ciumes de você, sem ser meu, mesmo vendo você apenas de vez em quando. As vezes, fico aqui pensando que talvez você já tenha me percebido, ou sinta algo por mim, será? Não, claro que não. Que audácia minha! Só sei que isso está me causando insonias (como agora), angustias, mas ao mesmo tempo, me deixa leve, entende? Talvez isso seja paranoia minha, tentando enfiar na mente e no coração, que é você o meu "para sempre". Tá vendo a confusão que está causando aqui? Por favor, venha ou suma. Me ame ou não me dê um pingo de esperanças. Porque assim, do jeito que está, vou me perder nesse turbilhão de sentimentos e sensações. 

Juli Duenha

Não mando no coração



Desculpe mas não consigo gostar de você. Tentei. Gastei todas as minha forças, meu tempo, minha alegria, meu ânimo, minhas vontades, meu "eu", minha crença no amor. Fiquei horas olhando tuas fotos, lembrando de tuas qualidades, dos momentos de sorrisos bobos e fácies, da sua fala mansa, do seu jeitinho meigo, tentando enfiar no meu coração aquilo que está nos planos de minha mente. Mas o coração, ah, o coração, ele não gosta de ser mandado. Ele não ama quem a gente quer. Ele não me obedece. Meu coração bandido só sabe gostar daquele "carinha", aquele que você odeia, aquele que me maltrata, aquele cafajeste. É por ele que meu coração acelera, minhas mãos congelam, minhas pernas tremem e eu paro no tempo. Desculpe. É triste dizer, mas não consigo te amar.

Juliana Duenha.

Descuido ou poesia


Há dias venho me enterrando, enterrando a pessoa em mim que escreve. Ela sumira, e eu a procuro chorando, como uma viúva chora no leito de seu falecido por não saber o que fazer com a ausência, por não saber onde colocar esta intrometida, quase nunca chamada ou anunciada, mas que chega a passos finos, e de repente senta no melhor lugar do sofá, desmarca a página do livro, e te deixa café frio. Cadê a pessoa em mim que escreve ? Somou-se a ausência, deitou em seu peito terno e ao som do Blues deixou-se levar. E eu num sábado, com tantas coisas para fazer, tiro um tempo para chorar com as viúvas, pela pessoa em mim que escrevia, mas foi sorrateiramente, é uma lástima. Eu suplico-a que volte. Este não é mais um texto de amor, ou uma carta de desesperada saudade, é um último suspiro, aquele mais cansado, pois então volte pessoa, volte. As letras sempre dançaram muito próximas de mim e seu cheiro de Mirra me fazia ama-las, mas sem essa tal pessoa que escreve, não consigo ao menos organizar coerentemente o nome que um dia me deram. Talvez tenha feito a mala por por causa da monotonia diária, ou por ser tão diferente de mim, embora ainda sendo eu ,mas saiu pisando firme, e bateu a porta, sem haver sequer uma briga, sem soltar um "pio" sem nenhum manuscrito nem nada, e foi, vestida de amarelo com pouca coisa em mãos. Minh'alma continua aqui, passando pelos seus perrengues sem saber ao menos como livrar-se deles, pois é analfabeta e só sabe sentir. Ela sentia e a pessoa escrevia. Creio que quando tudo aqui estiver no mais puro caos, e a máquina transbordando de roupas sujas, ela deva voltar pra lavar tudo, e quem sabe um dia por descuido ou poesia ela goste de ficar.

Para a pessoa que em mim escreve, ou que escreve em mim, ah tanto faz ! 

Sem calmaria, por favor



Talvez o meu destino seja você. Talvez eu queira. Talvez você queira também. Só sei que é você que aflora em mim os meus desejos mais secretos. Minhas vontades mais loucas. Minha ansiedade mais intensa. Nos conhecemos a muito tempo, mas mesmo assim, quando você chega perto, fico sem jeito. Apesar de todas as nossas diferenças - e olha que são muitas - eu te quero. Meu coração está dando sinais. Ando sem vontade de ninguém, nem de meus amigos. Quero ficar apenas com você. Para de ser tão frio. Vem, deixa tudo pra lá. Joga tudo pro ar! Vem sem pensar nas consequências. Não ligue para o que eles vão dizer. Foda-se se a gente não combina. Eu sei que você também quer. Está nítido em seus olhos, em nossas trocas de olhares. Estou te esperando. Vem?

Juliana Duenha.

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